sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Esc(rever)orrer

Amar é ler um texto e desejar tê-lo escrito pra ti. Só pra ti. É escutar a música brega, de sequências clichês, e jurar que um dia sonhei também compô-la pra ti.

É ver teus cabelos, tuas manias e teus beijos em melodias, notas e arranjos mal feitos. Em conversas de esquina, em bancos de praça, em filas de banco, em bancos de igreja, em santuários escondidos de minhas paixões.

É ser em cada frase…
Espelho.
Em cada metáfora…
Reflexo.
E em cada palavra te enxergar, me enxergar, nos enxergar.
É te notar e sentir involuntariamente todas as minhas frequências aumentar. Pulsar.

É planejar te ter além… das reticências. É. tentar. te. conquistar. em. cada. repetitivo. ponto. e. mal. colocada. vírgula, É imaginar te pertencer só por entrelinhas e nem se importar.

Amar é com as minhas mãos te olhar. Com meus olhos te roçar. Com a minha boca te ouvir. E do nada toda essa lógica trocar, só pra novas formas de te ter experimentar.

É te mastigar com ouvidos, braços, narinas, dentes e pele. Em todas as inimagináveis e inspiradas conjugações sinestesiar. Ah, sinestesiar.

É de sentidos alheios me apropriar, torná-los meus. E negar direitos autorais por mera pretensão de achar que eles não são de mais ninguém. É emprestar sem devolver. E ainda te oferecer. É se achar na obrigação de, ao saber que tá faltando, completar. Ou pelo menos tentar.

É costurar os sentidos, rasurar, rabiscar, apagar. E novas letras (re)desenhar. É colorir com as tuas nuances mais imperceptíveis e tuas sutilezas mais notáveis. Emoldurar-te.

É escrever, escrever, crê, ver(-te) e continuar a escrever, mesmo sem ter no calendário um dia marcado pra você ler.


Por Petterson Farias

http://pettersonfarias.tumblr.com/

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

1/2: O Primeiro texto de Petterson Farias para o Coletivo da Moda

Talvez demore pra uns e pra outros demore bem mais, uma vida quem sabe. Mas que o sujeito não morre ignorante, não morre alheio, isso é fato. Porque se a vida perde tempo demais com aqueles que relutam e simulam cegueira ao óbvio, ela encarrega o tempo, o outro, o próximo, o nem tão próximo assim.

A vida dá um jeito, meu amigo, mas ela não nega a nenhum de nós a informação, a consciência. E escreve em letras garrafais pra que qualquer um perceba, veja, processe, absorva. Pra que ninguém com excessiva esperteza lhe acuse de irresponsável ilegibilidade.

Agora, se você espera dela critérios, dedos sensíveis e eufemismos, devo dizer, o teu fim é um só: Desgosto. Sim, porque se de firulas e cerimônias todas as tuas relações estão cheias, ouso dizer, até acostumadas, nisto ela faz questão de ser a tua mais completa antítese.

Vai dizer que nunca percebeu o quão tapa na cara a vida é? Um poço de franquezas, de verdades que te cortam, novidades que te atravessam. Bossa Nova só por fora e olhe lá. Por dentro, ela te embala mesmo é por entre acordes de canções de protesto. Vida nua. Invasiva, chata, arrogante. Crua.

Estratégica, ardilosa e sorrateira, ela te pega de jeito no grau mais elevado das tuas autossuficiências e sem medo algum de atirar ao chão a tua tão vulnerável autoestima, ela grita: Quantas vezes tu tentares transformar cada solidão em fortaleza, reduzirei a pó todas as tuas tentativas. Quantas vezes te achares completo, não terei piedade em te lembrar que não passas de metade.



@PettersonFarias é publicitário e, segundo ele, "Uma espécie de eufemismo que a hipérbole tratou de comer."

Ele estará aqui no blog COLETIVO DA MODA todas as sextas-feiras sempre com um texto perfeito para você já começar muito bem o fim de semana.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Pará faz moda e posta aqui





terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os sons e os tons de uma moda

Um som sempre embala uma sensação, algo que palavras e outros gestos não conseguem despertar em nós: essa vontade de ouvir e decodificar o que nos fez balançar a cabeça, bater os dedos na mesa ou requebrar as cadeiras com toda a vontade. A moda esperta, como deve ser, usa,usa e usa mesmo a música para complementar as mensagens que deseja transmitir. Inspiradora de coleções e criadora de personagens, a música e a moda são filhas da mesma mãe: a imaginação.

Não é à toa que a música vira moda, que a moda vira música e quem canta a música faz moda também, como no caso do ícone fashion que passou a ser o look de Amy winehouse, além do seu grande talento ela deixou suas marcas na moda. Então, se o Coletivo da Moda quer prestar uma homenagem a esse que foi um grande talento da música, vamos também dar seus créditos por ter revelado um estilo, copiado por muitos, é verdade, mas que mesmo assim foi só dela.

Amy winehouse deixou muitos sons a nos embalar e partiu daqui desse meio onde nós estamos, contudo deixou seus tons também para os que ainda VIVEM ... de moda.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...